Talvez desde a Segunda Grande Guerra, e à escala global, esta será a primeira vez, em setenta e cinco anos, que estamos, de modo muito real, a confrontarmo-nos todos com um vulto de morte que ameaça as nossas vidas, nos atormenta e assusta. Com a particularidade do "inimigo" ser igual para todos nós. Independentemente da "classe" social, do credo, da cor, ou de tudo aquilo que, por vezes, de forma tão insensata, nos separa. E com a ironia deste "inimigo" - que é tão inacreditavelmente mais pequeno que nós mas que, assustadoramente, nos pode matar - surgir numa época em que o individualismo, a indiferença e os discursos de ódio iam surgindo com uma leveza que nos levava a perguntar onde se teria a humanidade desencontrado de tantos de nós.
