Sujo, limpo ou crescer feliz?

Sujo, limpo ou crescer feliz?

Definir o que é sujo ou limpo poderá não ser de imediata resposta, pois esta definição depende de perceções pessoais, fortemente influenciadas pelo contexto, idade e vivências individuais de cada um.

Generalizando, os hábitos de higiene, de cuidados com o corpo e do ambiente em que nos movemos e vivemos são muito importantes para todos nós, e fazem-nos despender tempo diário com os mesmos.

Quando falamos sobre este assunto, sentimos até algum orgulho na nossa forma de estar e agir relativamente ao mesmo. Mas hoje, o desafio que coloco, é precisamente refletir sobre quando é que o lado bom da higiene se torna nocivo ou excessivo, e que interfere com o desenvolvimento das crianças e com a sua liberdade para explorar e conhecer o mundo.

Todas as crianças deviam poder brincar e sujar-se todos os dias em contacto com a natureza. Brincar livre na natureza pressupõe que a roupa vai ficar suja, marcada pelo contacto com a terra, a areia, a água, a lama… esta possibilidade, além de uma sensação de liberdade e enorme alegria, proporciona outros benefícios como o aumento do sistema imunológico, a perceção sensorial e o próprio desenvolvimento do raciocínio.

As crianças que constantemente ouvem que é errado sujar-se, tendem a apresentar tensão no corpo e aversão à exploração sensorial, e também dificuldades para certos tipos de aprendizagem. Como irão descobrir o mundo, se não podem experimentá-lo com todos os sentidos?

Está enraizado que um espaço cheio de terra, areia, folhas caídas está sujo, ou não é verdade que áreas com chão de terra, em parques ou jardins, as folhas caídas são varridas para passar a imagem de área cuidada e limpa?

Por outro lado, dentro de casa a limpeza é realizada com produtos altamente tóxicos, muitas vezes causando alergias, sem que nunca se perceba o que as causa. A roupa é lavada com detergentes e amaciadores que, apesar de terem um cheiro agradável, poderão ser também tóxicos para a pele e vias respiratórias.

Se tudo isto faz algum sentido para vós, deixo aqui algumas dicas que podem mudar a perspetiva sobre este assunto:

  • Deixe as crianças brincarem livres e com toda a possibilidade de se sujarem. Se considerar que a roupa pode estragar ou ter dificuldade em se lavar, opte por ter roupa mais barata e confortável que a criança possa usar sem restrições ou limitações.
  • Não faça comentários com a criança sobre o quanto ela está limpa ou suja. Aprecie a alegria que ela sente ao poder brincar livre com elementos da natureza. Um banho no final do dia vai resolver o assunto!
  • Reflita sobre o que sente quando vê folhas, flores, paus caídos em parques, jardins ou na calçada. Acha que isso é lixo para si? Causa-lhe o mesmo sentimento se fossem embalagens, vidros ou outros resíduos?
  • Nem sempre é necessário lavar as mãos “sujas de natureza”. Obviamente para realizar uma refeição a seguir, é aconselhável lavar as mãos, mas em termos de contaminação é mais importante lavar as mãos quando existe alguém constipado e a tossir, do que com as mãos sujas de terra e areia.
  • Procure utilizar produtos de limpeza naturais ou fabricados ecologicamente responsáveis. Se considerar que estes estão acima do seu poder de compra, existem inúmeras publicações sobre como fabricar produtos de limpeza em casa de forma segura e saudável.

Que tenham muitas “brincadeiras sujas”… e sejam felizes!

(texto adaptado do original de Ana Carolina Thomé e Rita Mendonça)

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