As crianças necessitam fundamentalmente de amor, de dedicação, de tempo, de paciência e de segurança. Piaget dizia “que a afetividade é o motor ou o freio da inteligência”.
Cada criança é um ser único, incrível e singular, desde o momento em que nasce e só ela tem o seu próprio temperamento. Como é que este temperamento irá evoluir, influenciado pelo meio exterior que as rodeia? Depende. Depende como é o temperamento com a criança nasce (do seu código genético) e depende de como é o seu meio.
Não há regras universais, nem terapias miraculosas, mas felizmente existem alguns princípios básicos que podem ajudar-nos nessa difícil, delicada, maravilhosa e complexa tarefa que é educar. A nossa meta educativa é ajuda-las a crescer.
É necessário estabelecer limites, algumas normas básicas, algumas regras claramente definidas, que nos ajudem a todos, a desenvolver e a alcançar os recursos que facilitam o nosso crescimento como pessoas, a nossa convivência como seres humanos, a nossa responsabilidade com o meio que nos rodeia, a nossa alegria, a nossa felicidade, a nossa sensibilidade…, em suma que nos ajudem a “viver a nossa vida”. É preciso olhar com “olhos limpos, olhos de ver”. Os adultos terão de aprender a ver.
Se aprendermos a observar as crianças, se soubermos escutá-las, elas dirão “aos gritos”, e através da sua conduta, o que necessitam e o que se passa com elas. Em geral, a criança acaba por aceitar bem as nossas sugestões quando é que a ouvimos, quando se sente querida, valorizada e respeitada. Como diz um proverbio árabe “Quem não compreende um olhar também não compreenderá uma longa explicação. As crianças nunca tiveram tantos brinquedos, e nunca se mostraram tão aborrecidas, sépticas e desinteressadas por eles. Um princípio que pode parecer paradoxal, é que em geral “a criança não precisa de brinquedos para brincar”.
As crianças inventam jogos a partir dos objetos mais simples. O jogo é vital para a criança e precisa de tempo. O jogo é tão importante na vida das crianças, que convém que tenham tempo para executa-lo, para que possam aprender tudo o que ele lhes oferece. Uma qualidade chave que as crianças têm é o seu poder de adaptação. Outro dos aspetos em que têm vantagem sobre nós é a sua perseverança. E nós sabemos até que ponto podem ser perseverantes as crianças! Quase até ao desespero! A sua insistência estará em função da segurança ou insegurança com que vêm o adulto. Poucas coisas angustiam mais uma criança, do que sentirem os adultos “desorientados” ou “inseguros”. Não esqueçamos também um aliado natural – “o nosso sentido de humor”!
Algumas ideias extraordinárias do livro “O não também ajuda a crescer” de Maria Jesús Álava Reyes